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Ela tem esse sorriso infantil que não revela o que ela realmente sente.    Ela tem o olhar disperso, que esconde coisas que ninguém nunca descobriu. Existe um certo… mistério - seria essa a palavra certa? - que paira sobre ela, em suas ações, escolhas e falas. Ela era um caso estranho, diferente, fora do comum. Incomum. Indiferente aos insultos, provocações e piadinhas. Inexplicável: o “fofo” para ela era o estranho e esquisito aos olhos dos outros. Ininteligível, complicada, errada. In, in, in… Indiferente ao resto. Vivia em seu próprio mundo, com fantasias e ilusões, em sua própria mente. Tinha uma vida construída em um mundo que não era o nosso. E gostava de pensar que realmente vivia nele. Incorrespondida. Ninguém a entendia. Era indecifrável. Gostava de ser assim. Gostava de ser diferente e ao mesmo tempo única, gostava de se sentir diferente do resto. “Anormal” como algumas pessoas diziam. “Louca”, “idiota”, “boba”, “tímida”, “maluca”. Sim, era tudo isso. Louca, idiota, boba, tímida, maluca. Era tudo, menos normal. E não reclamava disso.